Donagata em 2009-06-30
Donagata em 2009-06-30
São migalhas, só migalhas,
aquilo que eu tenho a certeza
que a existência me dá neste momento.
Pequenas migalhas de um suposto talento.
Suposto pois se queda sem firmeza,
porque descubro que já o fruí
e agora não o abono pois penso que o perdi,
ou então, cedi na convicção.
Migalhas de afectos que vão escapando,
esmorecendo devagar, subtilmente,
como o fumo se escapa por entre os dedos da mão.
Migalhas dos meus sonhos voando,
suspendendo um rasto de perda e desilusão.
São tudo migalhas… migalhas… migalhas…
Donagata em 2009-06-13
enfrentando a demanda que é viver,
A estiagem rodeia-me, de repente,
convertendo-me num vulto deslizante,
de frémitos e sudações padecente
que não param, não suavizam nem um pouco,
e me tornam agitada, impaciente.
E quando, sem mesmo pensar, me toco,
tentando atenuar o desconforto,
eis que engulo, surpreendida, sensações
que acordam de mansinho no meu corpo.
E instala-se, do teu corpo, a saudade,
do teu toque, do teu beijo, do teu ser,
das noites loucas que no calor passámos,
em que os dois, éramos um, até um de nós ceder.
em 2009-05-30