Por fim estou aqui.
Piso freneticamente a areia escaldante
apenas para te encontrar.
Entrego-te primeiro os pés
que envolves numa carícia fugaz mas atrevida.
Recuas. Eu tento acompanhar-te, prender-te.
Corro atrás de ti deixando profundos sulcos na areia,
que me segura, que me atrasa, despeitada,
ciumenta, ciosa de ti.
E tu regressas, voluptuoso.
Agora sou eu que recuo, saltito, mudo de ideia.
Mas é com um sorriso alegre que corro de novo para aí.
Cinges-me. Agora toda, num abraço frio,
salgado, urgente, vital.
E eu abandono-me, qual sereia, em bailado nupcial.