Tartamudeio umas palavras,
que se soltam aos soluços,
sem sentido, desgarradas,
impelidas por impulsos
que com aturada paciência,
tento transformar em poesia.
Solto vocábulos lindos,
diferentes, inusitados,
e arrumo-os no papel.
Exprimo a dor, a tristeza
mas também a alegria.
Tanto como aquele alguém
que frua de um mau pincel
mas insista mesmo assim
em estragar boa tinta,
tentando estampar na tela
exangue e sem qualquer talento,
aquele longo cordel
que nos prende à esperança
e nos arruma o pensamento.